Anseios da Alma

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Filmes que eu adoro – parte um 11/09/2009

Os filmes não estão em ordem de preferência e não significa que são os “top ten” (nada daquelas listas de dez filmes, músicas ou livros preferidos). Simplesmente são filmes um tanto alternativos que gosto muito e que gostaria de compartilhar. Boa sessão!

 

Ninguém Pode Saber (2004/Japão/Hirokazu Koreeda) – filme japonês que ou você ama, ou detesta. Afinal, o cinema oriental não é para todos. A riqueza do filme é muito sutil, assim como a cultura que ele retrata. Uma mãe abandona os quatro filhos – que ela teve com pais diferentes – no apartamento em que vivem, e deixa para o mais velho, de 12 anos,  a responsabilidade de criá-los. Ela não avisa que vai embora e eles se dão conta aos poucos de que ficaram órfãos. Mesmo com a comida chegando ao fim, o corte da água, da luz, a impossibilidade de ir à escola e, principalmente, a falta da mãe, as crianças não perdem a alegria, o cuidado mútuo e os valores que aprenderam. Permanecem unidos e conseguem se divertir com coisas pequenas. Não se revoltam nem sentem raiva da mãe. Ninguém pode saber amolece até os mais durões, ainda mais quando se sabe que é uma história real.

 

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As Chaves de Casa (2004/Itália/Gianni Amelio) – Um pai, que rejeitou o filho no nascimento, por este ter ‘provocado’ a morte da mãe, tem a chance de se aproximar quando o menino está com 15 anos, durante a viagem anual que o jovem faz para Berlim, para dar continuidade à terapia que visa amenizar as sequelas físicas e mentais decorrentes do parto difícil. O ator que interpreta o adolescente não simula as dificuldades, ele próprio é deficiente. O encontro mostra que apesar dos problemas que o filho enfrenta, quem precisa de ajuda mesmo é o pai, que se dá conta do tempo perdido e das oportunidades que ele disperdiçou de estar ao lado de um garoto fascinante, inteligente e engraçado. Ambos precisam um do outro, mas o filho tem mais a oferecer e a ensinar e, mesmo com a ausência que o pai lhe impôs, está disposto a fazê-lo.

 

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Sideways (2004/Estados Unidos/Alexander Payne) – Vinho, Califórnia, bons amigos, paisagens de tirar o fôlego, romance e algumas loucuras. Esses são os ingredientes que fazem de Sideways um filme delicioso. Um amigo que aprecia vinhos e acumula algumas frustrações oferece ao outro, de quem será padrinho de casamento, uma viagem pelas vinícolas de Santa Bárbara como despedida de solteiro. O roteiro seria perfeito se o noivo não estivesse interessado em degustar outras coisas além de bons vinhos.  Duas mulheres, também apreciadoras da bebida, cruzam o caminho dos dois. A partir daí, êxtase, inebriamento e, claro, ressaca!

 

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Tudo sobre Minha Mãe (1999/Espanha/Pedro Almodóvar) – Uma mãe que acaba de perder o único filho, aos 18 anos, fruto de um romance com um travesti, volta para Barcelona para dar a notícia do falecimento ao pai. Na busca, se torna amiga de um outro travesti, de uma talentosa atriz de teatro, de quem seu filho era fã, e de uma jovem freira que cometeu o mesmo engano e, assim como ela, se deixou seduzir e engravidar pela curiosa figura, que apesar do caráter duvidoso, deu a essas mulheres a chance de viver experiências das quais elas nunca abririam mão. Seria bizarro se não fosse Almodóvar.

 

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Bem me quer, Mal me quer (2002/França/Laetia Colombani) – Uma jovem artista plástica, obsecada por um médico casado, que não retribui seu amor, decide ir às últimas consequências para ficar com ele. Dito assim, parece um filme de suspense e aí é que está a graça da produção. Trata-se de um filme leve, divertido, quase uma comédia romântica. Totalmente imprevisível!

 

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Sob o Sol da Toscana (2003/Estados Unidos/Audrey Wells) – Se toda separação conjugal terminasse com a aquisição de uma chácara na região da Toscana, terapeutas e advogados perderiam muito trabalho. É assim que a protagonista, uma escritora, recomeça, após o divórcio. Curioso ver que algumas sinopses colocam o filme na categoria Drama. Que drama pode haver em recomeçar num lugar mágico, onde se sente prazer nas coisas mais simples da vida, como beber o vinho que se produz em casa, comer alimentos frescos, vindos da horta no quintal, passear entre campos floridos e reunir os amigos ao redor da mesa?

 

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Qualquer dia desses volto com a parte dois, apesar de achar que são poucas as sequências de filmes que conseguem superar o primeiro!